terça-feira, 6 de outubro de 2009

O escritor acordou, e antes mesmo de perceber qualquer coisa, olhou preocupado pro relógio da barra de tarefas do seu notebook que estava ligado em cima de uma pequena mesa próximo da cama... Do lado do ícone do utorrent, o relógio marcava dezenove horas e quarenta e dois minutos. Aparentemente, o cochilo que ele tirou acabou passando um pouco do tempo que ele pré-definiu. Depois da empolgação inicial com a possibilidade de ver novamente a menina que andava mexendo com seu estômago, ele pega um cigarro no maço que estava em cima do teclado, levanta da cama e vai em direção ao frigobar.

- Essa hora ela já deve ter saído do trabalho... Pensa enquanto abre a pequena geladeira com a mão direita, e com a esquerda procura no bolso da bermuda um isqueiro branco da bic, meio sujo, pra acender o cigarro que estava na sua boca desde o momento que ele levantou.

Olhando dentro do frigobar, ele fica pensando: Pensa no jeito que ela tratou ele na primeira vez que se viram, e como ela foi diferente, meio indiferente, quando ele ligou hoje antes de cochilar. Pensa como foi tudo tão interessante quando eles se conheceram, e como uns quatro ou cinco dias puderam estragar tudo aquilo que provavelmente ela também deve ter sentido por ele. Pensa que ela poderia ter sido um capítulo importante do livro da vida que ele vive, mas principalmente também, muito mais importante como inspiração para o livro que um dia ele sonha em escrever.

Ele fecha a porta do frigobar.

Outros dias depois, ele termina esse conto e fica feliz... Feliz por ter feito ela personagem, porque sabe que tem muito papel ainda pra escrever no livro da sua vida, e feliz principalmente porque agora que ela foi apresentada aos leitores, é mais fácil para o escritor, qualquer dia desses, colocar ela de novo na história.